A equipe do Dr. Noriyuki Lee e seus colegas da Universidade de Tóquio, no Japão, descobriram uma forma de teletransportar o gato de Schrödinger.
© Science (teletransporte quântico)
A informação no teletransporte quântico, através do spin de uma partícula ou a polarização de um fóton, é transferida de um local para o outro, sem que ocorra o deslocamento por um meio físico. Não há transferência de energia nem de matéria.
O teletransporte quântico já foi demonstrado com átomos e até mesmo com moléculas de DNA.
O famoso gato vivo ou morto foi idealizado pelo físico Erwin Schrödinger para explicar o fenômeno quântico da superposição, em que uma partícula fica em dois estados simultaneamente, somente se colapsando quando se tenta medir esse estado.
A explicação foi realizada em termos de objetos em escala macroscópica: um gato fechado em uma caixa contendo um frasco de veneno. O frasco estará aberto se uma partícula quântica estiver em um estado, e fechado se a partícula estiver em outro estado.
Em termos quânticos, o gato estará vivo e morto simultaneamente. Somente quando alguém abrir a caixa - o equivalente a medir o estado quântico da partícula - a partícula colapsará e conheceremos o real estado do gato, vivo ou morto.
Os pesquisadores descobriram uma forma de teletransportar um quanta de luz, ou um fóton, que está em um estado de superposição, ou seja, no chamado estado do gato de Schrödinger.
A partícula quântica superposta é destruída em um local e integralmente reconstruída em outro local, sem perder nenhuma de suas sensíveis propriedades quânticas.
Os pesquisadores começaram construindo um estado de entrelaçamento, no qual duas partículas compartilham propriedades qualquer que seja a distância entre elas.
Em outro ponto, eles construíram o gato de Schrödinger, a partícula em superposição, que deveria ser teletransportada.
O processo envolve uma sequência de passos que combinam múltiplos fenômenos quânticos, incluindo compressão e subtração de fótons, entrelaçamento e detecção homódina.
Apesar da complexidade do processo e da fragilidade dos estados quânticos envolvidos, os cientistas conseguiram comprovar o teletransporte por intermédio da Função de Wigner, que descreve o a propriedade quântica de um pulso de luz.
Essa função apresenta valores negativos que funcionam como uma medição da qualidade do teletransporte, chamada fidelidade, que deve ser maior do que 2/3 em uma operação de teletransporte feita com sucesso.
Esse valor de 2/3 é o chamado limite da não-clonagem, que garante que não existe mais nenhuma cópia da partícula quântica na origem - o estado do gato de Schrödinger deve ser destruído em um lugar para que ele reapareça em outro.
O experimento demonstra um mecanismo que poderá ser usado para projetar computadores quânticos que serão capazes de transportar instantaneamente informações com precisão e com absoluta segurança.
Este experimento foi um avanço, porém no momento não há possibilidade de teletransportar até mesmo uma bactéria!
Fonte: Science
Nenhum comentário:
Postar um comentário