A teoria da relatividade geral de Einstein estabelece que corpos de grande massa curvam o tecido do espaço-tempo, sendo essa curvatura um efeito que conhecemos como força da gravidade.
© NASA/Hubble (supernova SN 1987A)
Isso significa que Einstein considerava que o tecido do espaço-tempo é originalmente plano em um dado local.
Os pesquisadores Moritz Reintjes e Zeke Vogler (Universidade de Michigan) e Blake Temple (Universidade da Califórnia, em Davis) propõem que há uma outra forma de criar ondulações no tecido do espaço-tempo.
Eles demonstraram que o espaço-tempo não pode ser localmente plano em um ponto onde duas ondas de choque colidem. Isto representa um novo tipo de singularidade na relatividade geral.
O núcleo de um buraco negro é uma singularidade, onde a curvatura do espaço-tempo atinge valores extremos.
De forma mais geral, uma singularidade é um pedaço do espaço-tempo que não pode parecer plano em nenhum sistema de coordenadas.
Segundo a relatividade geral, a gravidade é tão forte perto de uma singularidade que o espaço-tempo se distorce.
Uma onda de choque pode criar uma descontinuidade, uma mudança abrupta, na pressão e na densidade do tecido do espaço-tempo, criando um ressalto em sua curvatura.
Mas, desde os anos 1960, os físicos calculam que uma única onda de choque não é suficiente para descartar a natureza plana do espaço-tempo em um determinado local.
O que os pesquisadores demonstraram agora é que isso pode acontecer quando duas ondas de choque colidem.
O cruzamento das ondas de choque cria um novo tipo de singularidade, que eles chamaram de singularidade de regularidade.
É possível que ondas de choque que passem pelo interior de estrelas possam criar suas singularidades regulares. Os astrofísicos irão começar a procurar por tais sinais.
Fonte: Proceedings of the Royal Society A
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