quinta-feira, 25 de março de 2010

Liga metálica superelástica

Uma liga metálica criada por japoneses bateu o recorde de elasticidade para esse tipo de material, atingindo uma combinação sem precedentes de flexibilidade e resistência.
O novo composto suporta deformações de até 15% em sua estrutura e depois é capaz de retomar à forma original. A invenção pode ganhar aplicações que vão desde prédios imunes a terremotos até aparatos médicos microscópicos.
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© Universidade Tohoku (NCATB sob tensão vista no microscópio)
Ainda sem nome comercial, o material foi criado por físicos da Universidade Tohoku, em Sendai, no Japão. Para fazer o composto, usaram como base o ferro e o misturaram com níquel, cobalto, alumínio e tântalo, produzindo uma estrutura cristalina complexa.
O material obtido é quase duas vezes mais flexível que o nitinol, uma liga metálica de titânio e níquel que é a mais elástica até agora, além de ser um pouco mais forte.
As propriedades da nova liga, à qual os físicos se referem como tendo "memória de formato", estão descritos em estudo na revista Science.
Cientistas já especulam o que podem fazer com sua nova liga de ferro, batizada provisoriamente com a sigla NCATB. Uma aplicação quase certa será a produção de "stents", os tubos de armação de arame que cirurgiões usam para restaurar vasos sanguíneos flácidos e deteriorados.
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© InCor – Instituto do Coração (stent)
"Hoje, os stents cardíacos são instalados com o uso de níquel-titânio, mas o diâmetro da armação é grande demais para entrar em vasos do cérebro", afirma Toshihiro Omori, um dos autores do estudo sobre o material. A solução para isso será a liga de ferro (NCATB).
O uso do material também é útil na construção civil. Quando um prédio fosse deformado por um terremoto, esta liga superelástica poderia devolvê-lo a sua forma normal.
Segundo os pesquisadores, a NCATB também possui propriedades magnéticas únicas para uma liga metálica superelástica, a que a torna candidata a uso em dispositivos especiais de geração de energia, como recarregadores de bateria que produzem eletricidade a partir do movimento do corpo.
Apesar de promissor, porém, o material ainda precisa superar "vários desafios técnicos e econômicos" antes de ser comercializado, diz Ji Ma, físico da Universidade A&M do Texas que comenta o estudo dos japoneses. "Felizmente, há mais maneiras de otimizar essa liga".
Fonte: Science

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