quinta-feira, 24 de junho de 2010

Colisor de partículas é usado para fazer sons

Cientistas simularam o som de partículas subatômicas produzidas no Grande Colisor de Hádrons (LHC, na sigla em inglês), na Suíça.
O objetivo é facilitar a identificação do bóson de Higgs, cuja existência ainda não foi confirmada, mas que, segundo teorias, daria massa a todas as outras.
bóson de higgs
© CERN (simulação da geração do bóson de Higgs)
A cientista Lily Asquith coordenou a equipe que desenvolveu o modelo que transforma dados do gigantesco experimento Atlas, no LHC, em sons. "Se a energia estiver perto de você, você ouve um som grave, e se estiver mais longe, mais agudo", disse Asquith.
O processo de transformar dados científicos em sons é chamado sonificação. Acesse: LHCsound para ouvir uma sonificação produzida no LHC através do experimento Atlas.
O experimento acontece em um túnel circular de 27 quilômetros de comprimento, repleto de imãs que conduzem as partículas de prótons pelo imenso anel. Em certos pontos do trajeto, os feixes de prótons mudam de trajetória e se chocam em quatro experimentos, que são minuciosamente monitorados pelos cientistas.
É nessas colisões que podem ser encontradas novas partículas subatômicas, como o bóson de Higgs, que ajudariam a entender a origem do Universo. A imagem a seguir mostra as partículas constituintes do modelo padrão.
partículas do modelo padrão
© AAAS (partículas do modelo padrão)
Atlas é um dos quatro experimentos do colisor. Um instrumento batizado de calorímetro é usado para medir energia e é composto de sete camadas concêntricas.
Cada uma dessas camadas é representada por um tom diferente, dependendo da quantidade de energia contida nele.
Até o momento, a equipe de Asquith criou diversas simulações baseadas em previsões do que aconteceria durante as colisões no LHC. Só agora, começaram a utilizar dados de experimentos reais.
"Quando você ouve as sonificações, na realidade, o que você está ouvindo são dados. Elas são fieis aos dados e dão informações sobre os dados que não seriam possíveis de se obter de qualquer outra maneira", disse Archer Endrich, um desenvolvedor de software que trabalha no projeto.
Pela sonificação, os cientistas esperam poder identificar diferenças sutis para detectar novas partículas.
Um compositor envolvido com o projeto, Richard Dobson, destacou ter ficado impressionado com a musicalidade das colisões.
"É possível ouvir estruturas claras nos sons, quase como se tivessem sido compostas. Cada uma parece contar uma pequena história. São tão dinâmicas e mudam o tempo todo, que se parecem muito com as composições contemporâneas", disse o músico.
Fonte: CERN (Centro Europeu de Pesquisa Nuclear)

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